29 de Maio de 2011 - 09:10 GREVE CONTINUA!

A greve do magistério da rede estadual persiste e já passa de uma semana. Na assembleia regional realizada em Rio do Sul na última teça-feira, 24 de maio, os professores optaram por continuar a paralisação, mesmo com a medida provisória (MP) assinada segunda-feira, 23 de maio, pelo governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira que cumpre a lei nacional do piso dos professores. A proposta foi rejeitada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE) porque, para os educadores, ela desconsidera a progressão na carreira. O governo afirma que só abrirá novas negociações quando a greve terminar. O secretário de Educação, Marco Tebaldi, afirmou que sempre estará disposto a conversar, mas novas negociações só serão feitas com a volta das aulas. Tebaldi voltou a afirmar que o governo fez o que tinha condições até o momento, mas não descartou a possibilidade de discutir a carreira.
A coordenadora estadual do SINTE, Alvete Bedin, lamentou a maneira como o governo apresentou a proposta, sem chances de negociação. Para ela, o Estado teve tempo suficiente para mostrar uma saída antes que a categoria decidisse pela greve. A coordenadora garantiu que, em vez de rachar o movimento, a MP uniu ainda mais os docentes. Ela ainda espera que haja um novo encontro com representantes do Estado para que o sindicato apresente uma proposta.

Além da assembleia em Rio do Sul, aconteceu uma passeata com saída na Praça Ermembergo Pelizzetti em direção à GERED Rio do Sul, onde foi entregue ao Gerente de Educação Osni Packer   uma nota de repúdio à MP imposta ao magistério catarinense.

Está prevista para sexta-feira 27/05 um grande ato em Rio do Sul, às 14:00 horas, com a queima simbólica das cópias dos diplomas em praça pública, com a presença das três regionais do Alto Vale do Itajaí.

- O governo cumpriu a lei do piso nacional do magistério, ao pagar R$ 1.187 para todos os 35 mil professores, 53% da rede estadual, que ainda não recebiam o valor no salário-base. Ele continua pagando o Prêmio Educar (R$ 200) e a regência de classe. Isto vale para a folha de maio. Novas negociações só se a greve terminar. O governo espera a publicação do acórdão do STF para analisar o que é possível fazer

- A proposta não agradou porque, para eles, não respeita a progressão na carreira. O reajuste dado ao professor com ensino médio, que passou de um salário-base de R$ 609 para R$ 1.187, não foi repassado para quem tem pós-graduação, por exemplo, porque ele já ganhava salário-base acima do piso. A diferença salarial inicial entre um docente com ensino médio e um com doutorado passa a ser de R$ 305. Antes era de R$ 883.

é o que sentimos frente ao tratamento que o Governo do Estado de Santa Catarina tem dado aos professores da Rede Estadual.
 Veja, na tabela abaixo, os salários iniciais para o Concurso Público da Casan Edital 01/2011.
Algumas perguntas me surgiram espontaneamente aumentando ainda mais a indignação:
- Por que o Governo do Estado de SC (incluindo Assembléia Legislativa) se propõe a pagar esses valores como remuneração mensal inicial para profissionais com bacharelado e não admite aumentar o salário de professores que, como eu, com três licenciaturas (atuando nas três) e especialização, tenho um vencimento de R$ 1.338,44 para 40 horas semanais (que complemento com bicos na rede particular para poder sustentar a família)?
- Será que essas profissões exigem maiores habilidades e responsabilidades que a dos professores, que atualmente têm recebido da sociedade a "missão" de "melhorar o país" e sustentar o desenvolvimento?
- Por que há tanta hipocrisia no meio político, valorizando a educação em época de campanhas eleitorais e em discursos, mas desvalorizando-a na prática?
- Quantos professores esses profissionais da tabela abaixo tiveram para chegar a esse nível de formação e qual a contribuição deles para que se tornassem os profissionais que são hoje? Qual dessas profissões, incluindo o professor, é a mais indispensável?
Agora, entendi porque o MEC tem como meta valorizar o professor a ponto de sua remuneração inicial se equiparar a categorias como jornalistas e engenheiros.
 

Fonte: https://concursocasan.fepese.org.br/?go=edital&mn=1151b3eab3b069d5112ccae1943307c4

Ricardo Inocêncio Pereira
Professor da Rede Estadual de Santa Catarina

Sou professora da rede Estadual de Ensino há 31 anos e desde o início da carreira sabíamos o quanto importante seríamos para a sociedade brasileira. Todavia nunca foi fácil! Mais uma vez nem diante de promessas estamos...

A GREVE desta rede é legítima e mesmo assim o governo nos insulta e desconsidera totalmente

nossas reivindicações,dentre elas o PISO SALARIAL, que absurdamente Santa Catarina promove o menor do país.

E diante da MP do governo, apresentada na Assembleia regional em Rio do Sul, nossa indignação aumentou. O governo desconsidera nosso Plano de Carreira que conseguimos com muita luta e também sacrifícios. Está dizendo a todos os universitários que ESTUDAR NÃO vale a pena. Que não somos dignos em receber um salário justo. Será que sabe o que é DIGNIDADE? Nossa caminhada demonstrando ao povo de Rio do Sul nossa indignação era aplaudida.

Tenho convicção que NOSSA CLASSE DE PROFESSORES merece muito mais. Não nos curvaremos com qualquer proposta. Esperamos agora que os deputados estaduais não desçam tão baixo quanto esse governo, e votem a nosso favor.

Sonia Bastos Claudino dos Santos

Administradores, Engenheiros, Arquitetos, Jornalistas e Psicólogos são mais importantes que professores?

Indignação:

E para os professores

As divergências para o Estado